domingo, 17 de agosto de 2008

"Meu Infinito Particular"

Estive buscando outros "tons",
da mesma cor,

do mesmo "mar"...


Estive buscando o impossível,

como nunca admiti estar,

como sempre insisti em buscar...

Andei perdida em minha mente,
Entre ondas e tempestades,

Naufragada em mim!


Perdida em pensamentos,

Sem saber aonde ir,

Nem sequer onde estou...

Vagando entre lembranças,
entre momentos que o tempo já levou...

ACFL
14/08/2008

domingo, 30 de março de 2008

Genealogia


“Misturô”
A negra, a índia, a branca

“Misturô”
O índio, o branco, o negro

“Misturô”
A pele morena da avó
O olho azul do avô

“Misturô”
A veia portuguesa da avó
A raiz negra do avô

“Misturô”
Com os índios da terra,
Com o negro aprisionado,
Com o branco invasor.

“Misturô”
Deu em olhos amarelos
Em cabelos escorridos
Em curvas fartas.

“Misturô”
Deu em moreno forte
De olhos negros
De barba rala.

“Misturô”
E se misturaram,
Se misturam,
Misturarão...

ACFL
10/03/2008

Imagem: "Operários" - Tarcila do Amaral

quarta-feira, 19 de março de 2008

lembranças

ontem vi uma centopéia enquanto pedalava no caminho de volta pra casa...
e lembrei-me do tempo em que uma pequena teve uma centopéia!

ontem também vi uma garrafa de smirnof e uma de cicarelli* em outro trecho do caminho de volta pra casa.
e senti a felicidade dos tempos em que magrelar é estar mais que feliz...

ontem, eu lembrei de esquecer de lembrar de mim!
bom assim.

lembranças, lembranças, lembranças...
jujubas, magrelas.
sorrisos, olhares
começos e fins.

e tudo aqui,
assim, em
mim.




J.Fábio 19/03/2008

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008




sonhava que coração brotava em árvore


.


e saia voando pra atingir o primeiro que passasse.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

neura


já é tarde e eu me sinto só

posso ver saturno da janela

ou deitar na cama sem cheiro

ou escrever palavras cansadas de gritar


seria minha nova neura

querer saber como você está?


já é tarde e eu me sinto só

pensei até em jantar novamente

ou escolher algum livro empoeirado

ou descobrir novas funções do celular


seria minha nova neura

querer saber onde você está?


já é tarde e eu me sinto só

sempre soube que não seria fácil

e que os caminhos são diversos

mas comprei um mapa turístico pra te procurar


agora tenho uma novíssima neura

te encontrar!


espero que não seja tarde

pois o mundo tem o vício de correr

teu sorriso é um filme em mim

fecho os olhos pra te encontrar


minha novissíssima neura

é te beijar!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

04


furta-cor,
fruta-amor,
beija-flor;

fruta-flor,
beija-cor,
furta-amor...

beija-amor,
furta-flor,
fruta-cor!

beija-dor,
fruta-dor;
furta-dor...

ela-flor,
ela-cor,
ela-amor!


J.Fábio 13/12/2007
imagem: alegoria aos 4 elementos

*P.S: to com sono, depois eu irei modificar isso!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

LABIRINTO

Vez ou outra, volta a vista para cima para ver algo que não seja rochoso e cinza. As pernas chegam a doer, só que é preciso seguir em frente. Ou quem sabe até voltar. O que dizer de uma sensação que não se define? A prisão da solidão acabando libertando, só que quase ninguém sabe disso.
Desistiu da idéia de marcar locais. Quando não se sabe onde está, todo lugar é igual. Quem se perde no espaço acaba misturando os tempos. Conciliando a aparente contradição: é diferente e ao mesmo tempo igual. O saber é desnecessário.

domingo, 11 de novembro de 2007

Perdoem-me os métricos
Não consigo pensar assim, numa forma definida
Minhas palavras não são calculadas
Meus versos não rimam
Minhas flores não se ligam a amores
E meu céu não tem nem uma gota de mel,
Tampouco de fel!

Desculpem-me os poetas
Por chamar essas linhas de poesia!
Desculpem-me, peço perdão!
Por gastar mais uma folha em vão!

ACFL
02/03/2007

sexta-feira, 2 de novembro de 2007


Anti-monotonia

Para evitar a apatia
utilizar doses de exagero,
descontrole e desmedida
no mínimo uma vez por dia.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

tarde sem título


olhei fundo

além do que esperava ver

aquela pele...

agora permanece inquietamente

com seu gosto nos meus lábios

e tão pouco tempo que passou

e a tão simples memória que me resta

não sei o que fazer com a vontade de gritar

ver você com outra pessoa me fez outro

outro sempre eu mesmo

minha fraqueza

aprendendo à acariciar a liberdade com a mão esquerda

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Cárcere

As olheiras lhe tomam quase metade do rosto, escondem a sua beleza juvenil e mostram de que são feitos os seus dias. Não sabe ao certo porque mas é preciso correr. Cada vez mais. Se era a semana que passava rápido, hoje são os meses. amanhã quem sabe serão as décadas. Não saberia continuar a viver ser não lhe falassem como. fazer. Na rigidez dos seus gestos está impresso o seu desencantamento. Por dentro um Frio. Guardado.Embrulhado.Sem cheiro. Que nunca conseguiu se livrar disto tudo.

sábado, 6 de outubro de 2007

Relato II

da porta viu-se primeiro
uma grande pilha de cascalhos
em uma calçada a esquerda dele,
a estrada era de terra,
e lá na frente a direita
tinha um terreno baldio,
eles passeavam nas horas dos
pardais da noite...
e outro observava sorrindo
a beleza de passos alheios
como se algo pequeno e mágico acontecesse naquele exato instante!



J.Fábio 07/10/2007

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Não adiantaria eu lhe pegar na palma de minha mão. Te acolher e te lembrar daquilo que cada dia mais se apaga de você. Chega um momento em que o corpo pára de crescer, a cor passa a sumir. Se quer sentir, o melhor a fazer é se deixar perder. O verde cada dia mais amarelo. Se quer amadurecer a melhor coisa a fazer é se preparar para acabar no chão. O verde cada dia mais amarelo. Que nem teu sorriso.